quinta-feira, 9 de setembro de 2010
LUZ, VÉUS E FIOS.
... é assim, então?
jogas em mim esta luz,
estes véus, estes fios e
te escondes mais adiante
na lonjura dos dias que te carregam!
as nuvens abanam, posso ver...
te atreves tanto... até peixinhos
colocas no céu a zombar dos meus
dias sombrios,
estes dias que não passam!
sabes? dói esta claridade com que mostras
o mundinho em que vivo.
No entanto me prendo firme nos fiapinhos.
Sei que a raiz da figueira começa com
uma raizinha assim, ó, como o fio do meu cabelo
onde gostas de passar a mão.
Sei também que tudo isso se prende ao chão
e que tudo o mais se prende na luz,
e que jamais deixaras que eu me solte,
que não volte os olhos
quando de longe me chamares ...
Isolde Bosak
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